Prolapso Retal: o que é, sintomas e o tratamento atual.
- Dr. Matheus Meyer
- 7 de jul.
- 2 min de leitura
O prolapso de reto é uma condição em que uma parte do intestino grosso (reto) se exterioriza pelo ânus. Embora seja mais comum em mulheres acima dos 60 anos, pode acometer pacientes mais jovens, especialmente aqueles com constipação crônica ou histórico de partos vaginais múltiplos, filhos nascidos com mais de 4kg, gestações gemelares, dentre outros.
Apesar de ser uma condição benigna, o prolapso impacta significativamente a qualidade de vida, podendo causar:
Sensação de peso ou “bola” saindo pelo ânus
Dificuldade para evacuar
Incontinência fecal
Secreção anal constante ou sangramento
Prolapso de reto
O tratamento padrão-ouro: retopromontofixação anterior do reto com tela por cirurgia robótica
Hoje, o tratamento considerado padrão-ouro nos principais guidelines internacionais para prolapso de reto é a retopromontofixação anterior com tela por via minimamente invasiva, preferencialmente com cirurgia robótica.
A técnica consiste na correção do prolapso por dentro do abdome, fixando o reto em sua posição original no osso sacro (promontório) com uma tela cirúrgica especial. Isso é feito com alta precisão, mínima manipulação dos tecidos e com preservação da anatomia pélvica e dos nervos responsáveis pela continência.

Por que a via robótica tem ganhado destaque?
A cirurgia robótica se consolidou como a abordagem preferencial em centros de referência por oferecer uma série de vantagens comprovadas:
Visualização 3D de alta definição, que facilita a dissecção em regiões profundas
Instrumentos com articulação semelhante ao punho humano, permitindo maior precisão nos movimentos e nos pontos que fixam a tela no reto que precisar ser feitos muito distalmente
Menor risco de lesão de estruturas nobres, como os nervos pélvicos e o aparelho esfincteriano
Redução da dor pós-operatória
Recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades
Estudos recentes mostram que a retopromontofixação robótica apresenta menores taxas de recorrência e complicações em comparação com técnicas abertas ou mesmo laparoscópicas(1).

Segurança e eficácia reconhecidas
A Sociedade Americana de Cirurgia Colorretal (ASCRS) e a Sociedade Europeia de Coloproctologia (ESCP) reconhecem a retopromontofixação anterior por via minimamente invasiva com tela como tratamento de escolha para o prolapso de reto em pacientes com boa condição clínica (2,3). A via robótica tem sido especialmente recomendada em pacientes com prolapso extenso, recidivado ou anatomia pélvica complexa.
Quando indicar a cirurgia?
Nem todo paciente com prolapso precisa operar imediatamente, mas a cirurgia está indicada quando:
Há exteriorização frequente do reto
O prolapso compromete a evacuação ou causa incontinência
Existe falha no tratamento clínico
O quadro evolui com sangramentos, úlceras ou impacto social
Conclusão
O prolapso retal tem tratamento — e hoje, a robótica é a melhor ferramenta que a medicina pode oferecer. Ela permite realizar uma cirurgia precisa, segura e com excelente recuperação.
Se você ou alguém próximo sofre com esse problema, procure um especialista. Com uma avaliação adequada e planejamento cirúrgico moderno, é possível retomar a qualidade de vida.
Referências:
DeBeche-Adams T, et al. Robotic ventral mesh rectopexy for rectal prolapse. Clin Colon Rectal Surg. 2020;33(5):311–317.
Paquette IM, et al. The ASCRS Clinical Practice Guidelines for the Treatment of Rectal Prolapse. Dis Colon Rectum. 2017;60(11):1121–1131.
Collinson R, et al. European consensus on ventral mesh rectopexy for rectal prolapse. Colorectal Dis. 2021;23(4):837–849.
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