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Células Mesenquimais no Tratamento de Fístulas Anorretais: medicina regenerativa na coloproctologia moderna

  • Foto do escritor: Dr. Matheus Meyer
    Dr. Matheus Meyer
  • 18 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de jun.

As fístulas anorretais representam um desafio terapêutico importante na prática coloproctológica, especialmente nos casos complexos, recorrentes ou associados à Doença de Crohn. O avanço da medicina regenerativa trouxe uma nova perspectiva: o uso de células-tronco mesenquimais, geralmente extraídas da gordura autóloga do próprio paciente, com o objetivo de promover a cicatrização através de mecanismos anti-inflamatórios e regenerativos.

Neste post, você entenderá como funciona essa técnica, em quais casos ela é indicada, quais os benefícios esperados e quais são as evidências científicas que embasam essa abordagem.


O que são fístulas anorretais?

As fístulas anorretais são trajetos anormais que se formam entre o canal anal e a pele ao redor do ânus. Podem surgir após infecções, abscessos ou doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn. Os sintomas incluem dor, secreção, inflamações recorrentes e, muitas vezes, grande impacto na qualidade de vida.

Nos casos simples, a cirurgia convencional pode resolver o problema. No entanto, em fístulas complexas — que envolvem grande parte do esfíncter anal, múltiplos trajetos ou doença de base ativa — o risco de incontinência e recidiva se torna maior, exigindo soluções mais avançadas.

O que são células-tronco mesenquimais?

As células-tronco mesenquimais (MSCs) são células com capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares e de modular processos inflamatórios e imunes. Quando aplicadas localmente em fístulas, elas atuam promovendo:

  • Regeneração tecidual;

  • Inibição da inflamação crônica;

  • Estímulo à cicatrização do trajeto fistuloso.

Essas células podem ser obtidas da gordura do próprio paciente (células autólogas), por meio de um pequeno procedimento de lipoaspiração, sendo então processadas para uso local.


Como é feito o tratamento?

O procedimento é realizado em centro cirúrgico, geralmente com anestesia. O trajeto fistuloso é identificado e higienizado, e tratado de diversas maneiras dependendo da técnida escolhida. Em seguida, as células mesenquimais preparadas são injetadas ao redor e dentro do trajeto fistuloso, com o objetivo de estimular a cicatrização natural, sem necessidade de grandes incisões ou remoção de tecidos.

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Benefícios da terapia com células mesenquimais

  • Abordagem não mutilante, com preservação da musculatura anal;

  • Potencial de cicatrização em fístulas complexas e refratárias;

  • Risco mínimo de incontinência;

  • Pode ser repetido em casos necessários;

  • Alternativa válida para pacientes que já falharam com outras cirurgias.


Evidências científicas e recomendações

O uso de células mesenquimais em fístulas perianais, especialmente associadas à Doença de Crohn, já é respaldado por estudos de fase 3 e diretrizes internacionais.

  • O estudo ADMIRE-CD (Panés et al., The Lancet, 2016), multicêntrico e randomizado, demonstrou que a aplicação local de células-tronco alogênicas resultou em taxa de remissão combinada significativamente maior que o placebo.

  • A ECCO (European Crohn’s and Colitis Organisation), em sua diretriz de 2023, reconhece o uso de células mesenquimais como uma opção válida em fístulas perianais complexas refratárias, especialmente quando associadas à terapias combinadas com agentes biológicos.

  • Revisões sistemáticas (Cavicchioli et al., Int J Mol Sci, 2021) também confirmam a segurança e eficácia da abordagem, com baixos índices de complicações.


Para quem o tratamento é indicado?

  • Pacientes com fístulas anorretais complexas;

  • Casos associados à Doença de Crohn com refratariedade ao tratamento clínico e cirúrgico convencional;

  • Pacientes com histórico de múltiplas cirurgias ou alto risco de incontinência;

  • Indivíduos que buscam abordagens modernas com menor morbidade.


Conclusão: inovação com base científica

A aplicação de células mesenquimais no tratamento de fístulas anorretais representa um marco da medicina regenerativa aplicada à coloproctologia. Segura, eficaz e baseada em evidências sólidas, essa técnica vem se consolidando como uma das melhores alternativas para casos desafiadores, oferecendo esperança de cura sem comprometimento da função anal.

Na nossa clínica, essa abordagem é realizada com rigor técnico e seleção criteriosa de pacientes, sempre respeitando as recomendações das sociedades médicas e os avanços da literatura científica.

Agende uma avaliação e veja se você é candidato a este tratamento inovador.Entre em contato com nossa equipe pelo WhatsApp (31-990904823) ou telefone (031-2552-4823).


 
 
 

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